sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A Canção do Sul

Quem não se lembra dessa maravilhosa história?

Quem foi criança até os anos 80 deve lembrar....e até o início dos anos 90 você ainda tinha a chance de assisti-la no Cinema em Casa (só no SBT que passava). Bom, faixas etárias a parte (e eu que não digo onde eu me encaixo aí), quem não viu com certeza tem um pedaço grande a ser preenchido nas suas emoções cinematográficas. Esse filme, pra mim, é und dos mais importantes de toda a história da Walt Disney. Baseada nos livros de Joel Chandler Harris, o filme se passa no interior da Georgia, EUA, após a Guerra civil americana (deep south mesmo né) e conta a história do pequeno Johnny, que é forçado a ir viver com seus avós no interior, após a separação de seus pais. Amargurado com essa situação, o loirinho encontra nas suas travessuras e tentativas frustradas de fugir, a válvula de escape para sua tristeza. A única pessoa capaz de acalmar o menino foi o Tio Rhemus, velho empregado da fazenda, que conta à Johnny e seus amiguinhos Toby e Ginny, contos folclóricos do sul.


E são esses contos que fazem toda a poesia do filme. Tio Remus mergulha nas fabulosas histórias de Coelho, da Raposa e do Urso, numa mistura de animação com realidade que ainda é considerada avançada, até para os padrões de hoje. Quem nunca ouviu a clássica canção "Zip-a-deeh-doo-dah"(Oscar de melhor canção orginal), cantada por tio Remus no meio da fabulosa animação! E cada história contada ajuda os pequenos a enfrentar uma situação adversa. Uma das mais marcantes foi a psicologia reversa utilizada pelo Coelho que, quando capturado pela Raposa e o Urso, começa a gritar: "- Por favor, façam tudo comigo, só não me atirem naquelas árvores ali!". (Esse fato é contado na atração Splash Mountain, do Walt Disney World)

É uma história fantástica mesmo. Mas é com enorme pesar no meu coração que eu digo a vocês que esse clássico não foi disponibilizado nem em VHS, muito menos em dvd. Acontece que o filme foi considerado racista para os padrões da época (juro que eu não lembro de nada no filme que remetesse ao racismo). E por causa disso, os estúdios Disney relegaram a história ao esquecimento. Mas o povo não esqueceu. E uma petição foi entregue com mais de 115000 assinaturas (inclusive a minha), pedindo para o lançamento em dvd do clássico. Desde de 2007, então, a discussão sobre o lançamento se acalorou, e parece que controvérsia terá um final feliz. Mas até o momento, nenhuma decisão foi tomada.

Aguardamos ansiosamente por esse momento. E se você não consegue esperar, alguns piratas podem ser ainda encontrados no E-Bay, mas não saem por menos de 100 reais. Enquanto isso, vamos cantando: "Zip-a-dee-doo-dah, zip-a-dee-ay!My, oh my what a wonderful day!Plenty of sunshine heading my way...Zip-a-dee-doo-dah, zip-a-dee-ay"

Ficha Técnica
Título Original: Song of the South
Gênero: aventura, animação
Tempo de duração: 94 min
Ano de lançamento (EUA): 1946
Estúdio: Walt Disney Studios
Distribuição:RKO
Direção:Harve Foster e Wilfred Jackson
Roteiro:D.S. Raymond, M. Grant, M. Rapf, Bill Peet, Ralph Wright, G. Stallings (baseado em estória de Joel chandler Harris)
Produção: Walt Disney
Música: Daniele Amfitheatrof, Paul J. Smith e Edward Plumb
Elenco: Ruth Warrick, Bobby Driscoll, James Baskett, Luana Patten, Lucile Watson, Hattie McDaniel, Gleen Leedy, Erik Rolf, Johnny Lee (voz) e Nick Stewart (voz)






Você encontra mais sobre o filme no site www.songofthesouth.net

Até a próxima e boa sessão!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Janela Indiscreta - cada um tem a sua!

E vamos ao Hitchcock...ou melhor, vamos ao que eu considero um dos top 5 hitchcockianos: Janela Indiscreta.

A história desse filme se desenvolve a partir de uma situação que, uma vez ou outra, atormenta nossas vidas: a falta do que fazer. L.B. Jeff Jefferis (James Stewart) é um repórter que, por ter uma perna quebrada, acaba ficando de molho em seu apartamento no Greenwich Village, NY. Com sua capacidade de movimentos reduzida, somado a monotonia, Jeff acaba embarcando numa aventura um tanto quanto indiscreta. Auxiliado por um binóculo, passa a acompanhar todos os momentos da vida de seus vizinhos do prédio da frente. Como bem sabemos, voyeurismo nem sempre acaba bem, e ele acredita que um assassinato possa ter sido cometido em um dos apartamentos.


Esse negócio de vigiar a vida dos outros é sempre um problema, não é mesmo? Pode até ter sido para os personagens desse filme (ou não), mas para nós foi interessantíssimo. Cada janelinha daquela contava uma história diferente. Amor, raiva, suicídio, depressão...quero dizer, é o que se supunha. Nem sempre as coisas são como a gente vê. Como bem disse a enfermeira Stella (aliás, sensacional, as melhoras falas do filme foram dela), que visitava sempre o apartamento para cuidar da perna de Jeff: "Você deveria parar de bisbilhotar, ir lá fora e olhar para dentro da sua própria janela!". Hmm, acho que ela quis dizer que Jeff também tinha seus problemas e defeitos...será que ela estava se referindo ao fato do repórter não dar muita atenção à sua noiva, Lisa, interpretada pela sempre perfeita Grace Kelly?


Bem, achismos à parte, esse filme é maravilhoso, prende a sua atenção do princípio ao fim. Foi uma produção grande para a época - o set foi o maior produzido até então, reproduzindo um quarteirão inteiro da cidade de New York. E pensar que essa maravilha quase caiu no esquecimento. Esse foi um dos "5 filmes perdidos de Hitchcock". Acontece que o diretor comprou os direitos desse e de mais 4 filmes, com o intuito de deixar como legado para sua filha. Esse filme só alcançou o grande público em 1984, 40 anos após a sua produção.

Assistam. vocês não irão achar que foi perda de tempo. Aliás, vocês nem sentirão o tempo passar.

Ah, sabe aquela brincadeirinha de "onde está o Wally-Hitchcock?" Dá pra fazer nesse filme. Se não acharem, voltem aqui que eu conto onde ele aparece. Desde já não, para não estragar a surpresa.

Ficha Técnica
Título original: Rear Window
Gênero: suspense
Tempo de duração: 107 min
Ano de lançamento (EUA): 1954 (relançamento em 1984)
Estúdio: Paramount Pictures
Distribuição: Paramount Pictures (a remasterização feita em 2000 foi distribuída pela Universal)
Direção: Alfred Hitchcock
Roteiro: John Michael Hayes, baseado em estória de Cornell Woorich
Produção: Alfred Hitchcock
Música: Franz Waxman
Elenco: James Stewart (L.B. Jefferis), Grace Kelly (Lisa Carol Fremont), Wendell Corey (Tenente Thomas J. Doyle), Thelma Ritter (enfermeira Stella), Raymond Burr (Lars Thorwald), Judith Evelyn (Srta. Lonelyheart), Ross Bagdassarian (compositor), Georgine Darcy (Srta. Torso), Irene Winston (Anna Thorwald).

P.s.: se você acha que já viu essa história em algum lugar, houve uma refilmagem muito ruim em 1998, com o Christopher Reeve e a Daryl Hannah.

Boa sessão!